sábado, 13 de novembro de 2010

My 20 Favorite Movies: #11. Brief Encounter (1945, Lean)


São poucos os romances que verdadeiramente aprecio e que gosto. Aliás, contam-se pelos dedos de uma mão aqueles que se incluem nessa categoria. A história de um breve encontro de David Lean é um deles.

A fugacidade e a fragilidade do tempo é algo que gosto de ver explorado neste tipo de filmes (e aí está um dica para possíveis inclusões nesta lista. Wanna take a guess?) e Brief Encounter dá-nos uma perspectiva sobre isso com uma enorme subtileza. É, por acaso, um facto curioso: David Lean, notório pelos seus épicos – The Bridge on the River Kwai e Lawrence of Arabia, entre outros – realiza aqui uma pequena pérola, um pequeno pedaço de vida, um retrato intimista sobre a efemeridade de certas relações e a resistência monótona de outras. Não querendo retirar a grandeza dos seus outros filmes, mas considero que este filme é o pináculo da qualidade da obra deste particular realizador.

Apesar de ter sido feito em 1945, considero que Brief Encounter é um filme extremamente fresco. O seu grande realismo, a sua natureza reservada e o seu desenrolar quase que orgânico são alguns aspectos que contribuem para essa mesma frescura. Não vemos todas aquelas peripécias imagináveis e inimagináveis que muitas vezes caracterizam o percurso dos protagonistas em filmes deste género, vemos sim apenas duas pessoas perfeitamente normais em situações normais que interagem entre si normalmente. As coisas simplesmente acontecem, sem grandes pressões, a um ritmo mais que adequado. Tudo demora o seu tempo.

E o que dizer de Celia Johnson no papel principal? Uma das grandes interpretações do cinema, seguramente. O rosto dela expressa tudo aquilo que fica por dizer; O olhar dela transmite cada nuance dos seus sentimentos. Tudo isto sem ressalvar na teatralidade dos desempenhos de antigamente. A naturalidade dela é completamente effortless.

I had no thoughts at all, only an overwhelming desire not to feel anything ever again.”

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Few are the romances that I truly appreciate and love. They can be counted by the fingers in one hand. David Lean’s story about a brief encounter is precisely one of them.

Time’s fugacity and frailty is something I like to see explored in this kind of movies (and there’s a tip for possible future inclusions on this list. Wanna take a guess?) and Brief Encounter gives us a view about that with enormous subtlety. It is a rather curious fact: David Lean, mostly known for his epics – The Bridge on the River Kwai and Lawrence of Arabia, among others – directs, here, a little and precious gem, a little slice of life, an intimate portrait about the brief nature of some relationships and the monotonous resistance of others. Not trying to undermine his other movies, but I consider this one to be the pinnacle of David Lean’s body of work quality.

Even though it was made in 1945, Brief Encounter is still an extremely fresh movie. Its great realism, its understated nature and its almost organic-like development are some of the aspects that contribute to that freshness. We don’t see all those imaginable and unimaginable events that protagonists in these kinds of film are often subjected to, we just see two ordinary people in completely normal situations that behave normally when they’re together. Things simply happen, with no great pressures, in a more than adequate rhythm. Everything takes its time.

And what can be said about Celia Johnson in the leading role? One of the greatest performances of all time, surely. Her face says everything it has not been said; Her eyes convey every single nuance of her emotions. She does that in such an effortlessly natural way, without resorting to the theatricality performances used to have back in the day.

I had no thoughts at all, only an overwhelming desire not to feel anything ever again.”


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