domingo, 25 de setembro de 2011

Thor (2011, Branagh)


 
Foram vários os pensamentos que me passaram pela cabeça aquando da nomeação de Kenneth Branagh para realizador do filme Thor. Tendo dirigido filmes como Much Ado About Nothing (1993) e Hamlet (1996) posso dizer que fiquei surpreendido por vê-lo a abraçar um projecto que se afasta do seu habitual registo.

Thor surge, então, como sendo apenas mais um filme no meio desta vaga de adaptações de bandas-desenhadas de super-heróis ao grande ecrã e pouco distingue-se dos demais. Nesse sentido, só consigo estar relativamente desiludido pelo facto de Branagh não ter conseguido trazer algo de novo para cima da mesa.


Thor (Chirs Hemsworth) é banido de Asgard, pelo seu pai Odin (Anthony Hopkins) por ter reacendido e incitado uma guerra com um outro reino. Assim, ele é enviado para a Terra, you know, para reflectir sobre o que fez, para amadurecer, para encontrar o seu próprio caminho para se tornar num ser melhor, enfim, para aprender a não ser mimado. Aqui ele conhece Jane (Natalie Portman) e o resto é história. Loki (Tom Hiddleston), irmão de Thor, ascende (ainda que temporariamente) ao trono de Asgard após Odin não ser capaz de continuar a desempenhar as suas funções. No meio de revelações, Loki desenvolve o seu plano para eliminar os Frost Giants e assim garantir de uma vez por toda a harmonia e paz entre os dois reinos – ou assim pensa ele.

À semelhança de outros blockbusters, o argumento peca pela sua falta de desenvolvimento – quer das suas próprias personagens, quer da própria narrativa. Será esta exposição de eventos suficiente para conseguir definir incisivamente os motivos das personagens? Será que tudo o que é retratado no filme suficiente para definir as relações existentes entre as diversas figuras presentes na acção? Acho que não. É tudo muito superficialmente abordado, o que deixa margem para muitos “mas?” e muitos “porquês?”.


Contudo, os efeitos especiais e a fotografia são bastante sólidos e pouco mais tenho a acrescentar no que concerne aos aspectos técnicos do filme. Na frente das interpretações, Chris Hemsworth é portador de algum carisma, pelo que consegue prender a audiência à sua personagem – apesar de a mesma ser muito pouco desenvolvida – e o Anthony Hopkins já teve melhores dias. Quanto à Natalie Portman? É interessante ver como uma actriz consegue ir de um Cisne Negro para isto num tão curto espaço de tempo.

Resumindo, é o Thor um desperdício de 2 horas? Não, necessariamente. É um filme memorável? Longe disso. É um filme que entretem? Diria que sim. 


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